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História

A família Mota Guedes foi a primeira proprietária da Casa de Casal de Nino construída no século XVII.

As vinhas

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Os Registos…

Os registos históricos da propriedade de Casal de Nino iniciam-se com a edificação da casa e da sua capela em finais do séc. XVIII por membros da família Mota Guedes ligados à lei, à administração local e às estruturas militares nacionais.

1788

Em 1788 é dado parecer favorável à construção da Capela a favor do Doutor João da Mora Afonseca (Fonseca), da freguesia de São João de Arnóia. Um ano depois é decretada a “obrigação à fábrica” de Senhora das Candeias.

1793

Em 1793 é dada provisão para se benzer a capela. A fachada é decorada com urnas estilizadas no remate e portal decorado por motivos florais e concheados.

1830

Em 1830, é dada mercê da Casa do Casal de Nino a Joaquim da Mota Ribeiro da Fonseca e a seu irmão José Vicente da Mota Coelho (ou Ribeiro da Fonseca). A casa resultante é de Planta longitudinal, ligeiramente irregular, alongada, composta por três corpos, com capela de planta retangular e nave única integrada no central, correspondendo o corpo do extremo este, a um sequeiro.
A casa é o centro de toda uma propriedade chamada de “Casal”, termo que alude ao modelo de exploração do património fundiário em que se atribuíam parcelas de terra de cultivo à exploração por caseiros que nela viviam com as suas famílias e daí obtinham o seu sustento.
O longo dos anos foram várias as personalidades pertencentes a esta família Mota Guedes, como:
Agostinho Teixeira da Motta Guedes (séculos XIX-XX) – Administrador do concelho, advogado e recebedor da Recebedoria de Celorico de Basto (e outras funções);
António Teixeira da Motta Guedes (séculos XIX-XX) – Advogado, subdelegado da comarca e diretor do “Jornal de Basto”;
Firmino Teixeira da Motta Guedes (séculos XIX-XX) – Coronel da Cavalaria, Governador Militar de Braga durante a Monarquia do Norte e Presidente da Comissão Administrativa de Celorico de Basto (provável companheiro de Mouzinho de Albuquerque nas campanhas em África).

1976

Em 1976, a última proprietária pertencente à família, Sra. D. Maria Olímpia Mota Guedes, que não tinha filhos, doa a Quinta de Casal de Nino à Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia, com a condição de a Santa Casa fundar um lar para idosos, causa que lhe era particularmente querida.

1982 - 2006

Em 1982, a Santa Casa da Misericórdia instalou no edifício do Mosteiro de São Bento de Arnoia o Lar D. Maria Olímpia Mota Guedes, constituído por um lar de 3ª idade e um jardim de infância e assim se cumprindo a vontade expressa pela D. Maria Olímpia.
A casa é registada no rol de edifícios de interesse arquitetónico da Câmara Municipal de Celorico de Basto.
Durante várias décadas a Santa Casa da Misericórdia manteve vários dos caseiros e também albergou na casa Casal de Nino diversas famílias, como parte do seu trabalho de apoio social à comunidade. Muitos são os celoricenses e seus descendentes que tiveram as suas infâncias ligadas à propriedade e dela mantêm belas recordações.
Por volta de 2005/2006 a Santa Casa da Misericórdia inicia a plantação das vinhas de vinho verde no modelo de ramadas modernas em oposição às tradicionais vinhas em “bardo” a rodear os campos de cultivo do milho, batatas e outras culturas de subsistência.

Atualidade

Em 2016 os atuais proprietários, Rui Pereira e Isabel Silva, adquiriam a propriedade com os edifícios e com os terrenos agrícolas adjacentes incluindo as vinhas, os campos e as matas.
Em finais de 2018 iniciam-se as obras de recuperação das casas dos caseiros para Alojamento Local culminando no início da atividade turística em Junho de 2021 sob o nome de Casas Casal de Nino, constituindo a primeira fase do projeto turístico delineado pelos proprietários. As vinhas de vinho verde são o cenário ideal para experiencias de enoturismo e a restante propriedade convida ao contacto com a natureza e com as origens culturais e históricas da região.

D. Maria Olímpia Teixeira da Mota Guedes foi a última proprietária pertencente à Família Mota Guedes já que a deixou em testamento à Santa Casa da Misericórdia de Arnóia sob compromisso dos seus bens se destinarem à assistência de pessoas idosas. O testamento realizado em 1967.

Maria Olímpia Teixeira da Mota Guedes

última proprietária